Quando eu era rapazote, ouvi uma “anedota” de um ateu que rezava assim:
“Um indivíduo andava na rua de dedo em riste, perfurando o ar. Quando lhe perguntaram por que razão andava ele de dedo em riste, respondeu: — ‘¿Então não dizem que Deus está em todo o lado? Estou a tentar meter-lhe o dedo no cu.’”
Achei esta “anedota” de muito mau gosto. De modo semelhante, o Frei Bento Domingues produz uma série de chistes de muito mau gosto, por exemplo:
É absolutamente falso que os seres humanos sejam “biologicamente iguais”. Podem ser equivalentes: mas “ser equivalente” não é o mesmo que “ser igual”. Só um ignorante ou um psicótico pode afirmar uma coisa dessas. E mais: o Frei Bento Domingues, na sua provecta idade, deveria saber que um indivíduo (ou uma pessoa) está (ontologicamente) mais próximo de Deus do que de outro indivíduo.
Outra frase do frade:
“Quando escuto a expressão “povo de Deus”, pergunto: se apenas esses são povo de Deus, de quem são os outros povos?”
Em primeiro lugar, a expressão “povo de Deus” não é necessariamente (nem geograficamente) exclusiva. Em segundo lugar, o frade parte do princípio de que as culturas antropológicas (que determinam as respectivas religiões, ou vice-versa) são todas iguais: por exemplo, para o frade, a cultura alemã que criou Bach e Mozart é igual à cultura dos (então) canibais da Papua. Esta obsessão pela igualdade (e pelo nivelamento por baixo) cria autênticos estúpidos do calibre do Frei Bento Domingues. “A igualdade é a condição psicológica prévia de decapitações científicas e frias” (Nicolás Gómez Dávila).
Face à Igreja triunfante e militante de antes do Concílio do Vaticano II, o novo clero católico conciliar incorpora-se na nova Igreja claudicante. O clero claudicante do após Concílio do Vaticano II substituiu a cruz dos campanários, dos templos católicos, por cata-ventos; e a angústia deste novo clero face à pobreza de multidões, obscureceu a sua consciência de Deus.
O Frei Bento Domingues faz parte da plêiade de estúpidos (que inclui o Anselmo Borges) que, desde a década de 1960, atacam ferozmente a Igreja Católica; e são os mesmos estúpidos que agora pretendem reformá-la.
Tiradas como essa, de “Frei” Bento Domingos, podemos encontrar muitas nos seus artigos publicados há anos no “Público”. Pelo que sei, já foram publicados pelos menos dois livros de compilações desses artigos. Bento Domingues tem uma longa história de deslizamento e de apostasias. . É assim que, por exemplo, já em 1995, foi editada a obra de John McNeill, Os excluídos da Igreja (Círculo de Leitores, colecção “Nova Consciência”). No prefácio, o conhecido teólogo progressista Frei Bento Domingues vem com esta prosa equivocada: “Nesta nova obra, o autor (…) tenta fazer uma teologia da experiência dos homossexuais cristãos que mostre a dimensão espiritual da libertação ‘gay’ e lésbica” (?). Mais adiante, Bento Domingues acrescentou: “Em vários países foram já reconhecidos os direitos de casais homossexuais com os mesmos direitos e obrigações de uniões heterossexuais”. E sublinhou ainda, em jeito de lamentação: “o Catecismo não abre nenhuma hipótese de relações homossexuais que possam ser vividas em castidade” (sic!). Com estas palavras do angélico Frei Bento, até podemos imaginá-lo por aí, à frente de uma “parada gay”, vociferando contra o “preconceito” e a “discriminação”, comandando hordas de histéricos erotizados, que debocham o espaço público em “acção afirmativa” (“affirmative action”), para a obtenção do “direito”… imagine-se!… à “castidade”! Esta é uma entre muitas outras.
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Comentar por Carlos Luz — Quinta-feira, 10 Novembro 2022 @ 6:22 pm |
Errata: Na primeira linha, em vez de “Domingos”, leia-se “Domingues”.
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Comentar por Carlos Luz — Quinta-feira, 10 Novembro 2022 @ 6:28 pm |