O Anselmo Borges é patético; por vezes, sinto pena dele.
Por exemplo, quando ele se refere ao Bispo de Nampula que alegadamente defendeu “a dignidade dos africanos”, mas cuja defesa contribuiu para a maior mortandade em Moçambique de que houve qualquer memória histórica — morreu mais gente (muitas dezenas milhar de crianças morreram de fome em Moçambique) de morte violenta e de fome, nos dez anos que se seguiram à independência de Moçambique, do que em 500 anos de colonização portuguesa.
Morreu mais gente de morte violenta e de fome, nos dez anos que se seguiram à independência de Moçambique, do que em 500 anos de colonização portuguesa.
É este um dos problema da utopia: as acções humanas (e políticas) são passíveis de retroactividade — as acções humanas podem conduzir a situações que resultam em uma retroacção da realidade social e política: muitas vezes pretendemos uma coisa, e sai-nos outra coisa, totalmente diferente, e quiçá até, trágica.
Que o Bispo de Nampula não pudesse adivinhar o futuro, e que fosse bem-intencionado nas alianças políticas que fez naquela época —, é compreensível. Ninguém é perfeito.
Mas que uma besta negra venha agora (hoje, depois de se conhecer muito bem as consequências do desenvolvimento histórico das acções “progressistas” do marxismo em Moçambique) tecer loas às alianças políticas e ideológicas do Bispo de Nampula — como se aquela tragédia humana gigantesca não tivesse acontecido — , é de uma filha-da-putice infinita.
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