“A Holanda juntou-se a França, Bélgica e Bulgária e está prestes a tornar-se o quarto país europeu a proibir a burqa e o niqab nos transportes e edifícios públicos.
(…)
É bem simbólico que a adopção da lei por 132 dos 150 deputados tenha sido anunciada por Khadija Arib, de origem marroquina e que preside o Parlamento. Trata-se de uma prova de que a Holanda é um país capaz de integrar os imigrantes, fiel, aliás, a uma tradição de tolerância religiosa que tem séculos e que beneficiou muito os judeus expulsos de Portugal.”
Portugal expulsou os judeus, não por serem judeus (de raça judia, ou de religião judia), mas por serem hereges católicos.
A diferença da península ibérica (em relação ao resto da Europa) no tratamento dos judeus, residia no facto de os reis portugueses (D. João II e D. Manuel I) terem sido persuadidos a transferir o desejo de exterminação (normal já na Alemanha ou em Itália), para uma política de conversão compulsiva ao catolicismo, transformando assim um “problema de judeus” em um “problema de hereges” — o que levou à expulsão de hereges, e não de judeus de raça ou/e credo.
Oficialmente, o Reino de Portugal não expulsou judeus de raça ou credo: em vez disso, expulsou hereges católicos.
Se é certo que o Alcorão não fala especificamente em Burka ou Niqab (24:31), os Hadith (pregações do profeta) e a Sunna (actos do profeta) referem-se a ambas as vestimentas e recomendam o uso de ambas “conforme a consciência da mulher”.
Para que o leitor tenha uma ideia: o Alcorão (isto é uma analogia!) é uma espécie de Código Penal; os Hadith e a Sunna são uma espécie de Código de Processo Penal, ou seja, tornam mais específico, conciso e detalhado aquilo que é ambíguo ou impreciso no Alcorão (por exemplo, o versículo 24:31 do Alcorão).
Se seguirmos os Hadith e a Sunna, podemos afirmar que o Hijab, o Niqab ou a Burka são formas de vestir recomendadas pelo Islão (são todas recomendáveis e dependem apenas da consciência de cada mulher islâmica). Ou seja: a deputada holandesa de origem marroquina Khadija Arib não segue o Islão à risca.
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