Sócrates – Nietzsche, você que é um literato, e diz que estudou a retórica e a linguagem, diga-me: ¿o que é a “verdade”?
Nietzsche – A verdade é um exército móvel de metáforas, metonímias e antropomorfismos, em suma, um conjunto de relações humanas que foram poética- e retoricamente consagradas, transpostas e ornadas, e que, no termo de um longo uso, parecem firmes a um povo, canónicas e obrigatórias. As verdades são ilusões que esquecemos que o são, metáforas que perderam a sua força sensível, moedas que perderam o seu cunho e passam a ser consideradas, não moedas, mas metal.1
Sócrates – ¿E será que a sua definição de “verdade” é verdadeira?
Nietzsche – Sem dúvida alguma! A “verdade”, para o comum dos mortais, é conforme a acabei de definir.
Sócrates — Mas os critérios dessa definição de “verdade”, ¿também não se aplicam à sua “verdade”?
Nietzsche – Claro que não! Eu não sou um mortal comum: sou um super-homem.
Nota
1. Definição retirada do ensaio de Nietzsche “Da Verdade e da Mentira na acepção extra-moral”.
Sou e sempre fui muito mais Sócrates !
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Comentar por vileite — Segunda-feira, 22 Junho 2015 @ 2:57 pm |
O seu desconhecimento daquilo que é realmente a perspectiva de Nietzsche é brutal como já tive oportunidade de observar noutros posts, sugiro-lhe que leia sem palas nos olhos o recente livro do João Constâncio, Arte e Niilismo, o Enigma do Mundo em Nietzsche, porque claramente você não entendeu minimamente o filólogo alemão, mas lá está, você tem todos os traços de um indivíduo que prefere ter razão a ser feliz, como tal, Sócrates assenta-lhe que nem uma luva.
E já agora, só para que conste, para Nietzsche as suas verdades eram combinações do maior número de perspectivas como forma de aproximação à realidade já que esta não nos é acessível (dai a sua constante contradição), sendo que por várias vezes na sua obra a palavra Verdade assume significados diferentes, dependendo do contexto, tanto que por vezes é escrita em V maiúsculo e outras em minúsculo, mas isso poderá ser mais facilmente estudado pelo recurso à obra que já mencionei
Tenho sérias dúvidas que não seja uma perda de tempo estar aqui a dizer isto a alguém que nos seus comentários se comporta como um extremista inflexível e que depende da sustentação das suas verdades para poder justificar a sua existência/sobrevivência, quando a muitas delas se traduzem em absurdos que metem dó.
Nota: o seu desconhecimento de Nietzsche está bem latente quando traduz Ubermensch por super-homem, alinhavando com a tradução fácil e deslavada do termo dos maus interpretes desse autor cuja tradução para português não possui correlação directa para português e cuja definição mais correcta seria “além-do-homem”.
Abraço
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Comentar por Daniel Russo — Segunda-feira, 22 Junho 2015 @ 5:44 pm |
1/ Em vez de dar a sua opinião sobre este diálogo em particular, você preferiu não falar dele e chamar-me de “ignorante”. Hoje está na moda chamar os outros de ignorantes sem explicar por quê.
2/ Quando você comenta um determinado texto, deve cingir-se ao conteúdo do texto, e não tergiversar e fugir ao assunto.
3/ Da mesma forma que você diz que eu não entendi Nietzsche, também eu poderei dizer que você não o entendeu. É pura doxa (opinião). E não me interessa discutir opiniões: prefiro discutir o episteme.
4/ Quando você me definir “felicidade”, poderei então saber o que significa “preferir ter razão a ser feliz”. Parece que o irracionalismo voltou a estar na moda. Portanto, fico à espera que você me defina “felicidade”, para que eu tenha a noção do que você está a falar.
¿O que é “felicidade”?
5/ Se é verdade que a Verdade não nos é (totalmente) acessível, isso não significa que a Verdade não exista — como defende Nietzsche.
Ler o resto.
6/ você faz lembrar os gayzistas: quando não concorda com uma determinada ideia, a primeira coisa que faz é insultar. “Extremista” é a sua mãezinha.
7/ você pode fazer a interpretação que quiser acerca do conceito de “super-homem”, de Nietzsche. Continua a ser doxa. Uma interpretação subjectiva não é necessariamente verdadeira.
Você não compreendeu a noção de “super-homem”, conforme exarada neste diálogo. Eu vou explicar:
Do ponto de vista retórico, o conceito de “super-homem” é muito bonito. Trata-se de uma utopia, ou melhor, de uma distopia.
Porém, o pensamento de Nietzsche é circular (tautológico), porque não é possível erradicar os fundamentos da Natureza Humana sem se pretender criar um ser diferente do que é de facto o ser humano. E o corolário lógico (você sabe o que é a Lógica?) do conceito de “super-homem” é a criação fictícia de um ser que transcende o comum dos mortais, na medida em que nega e recusa a própria Natureza Humana.
¿Será que você entendeu? Tomara que você tenha entendido, porque você não vai mais comentar aqui.
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Comentar por O. Braga — Segunda-feira, 22 Junho 2015 @ 7:18 pm |