O leitor assíduo deste blogue poderá ter-se apercebido de que eu utilizo amiúde as “aspas” na linguagem escrita. Há uma razão para isso: a distinção entre linguagem-objecto, por um lado, e metalinguagem, por outro lado.
Por exemplo, a frase “Sócrates é corrupto” está aqui entre aspas porque, neste caso, pertence à linguagem-objecto, ou seja, pertence à linguagem que se fala comummente: a frase “Sócrates é corrupto”, entre aspas, pode ser considerada como um nome, porque o objecto de que se fala é sempre representado por um nome.
Mas o mesmo conceito — Sócrates é corrupto —, sem estar entre aspas, pertence à metalinguagem, que é a linguagem que utilizamos para falarmos da linguagem-objecto: a frase “Sócrates é corrupto” é verdadeira se e só se Sócrates é corrupto.
A metalinguagem fica mais rica e mais comunicativa se contiver em si mesma a linguagem-objecto.
Esta foi a mais clara e sucinta explicação para os dois conceitos.
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Comentar por Jobson Coutinho — Sexta-feira, 4 Outubro 2019 @ 11:41 pm |