A culpa é sempre do homem: parte-se do princípio de que o homem não é pai dos filhos da mulher, e por isso não tem que se preocupar com as crianças. E perante o estado de embriaguez endémico da mulher, o politicamente correcto defende a ideia segundo a qual, quando colocado perante uma mulher alcoólica, o homem deve pura e simplesmente abandoná-la e abandonar os filhos — porque parte-se do princípio de que “os filhos são da mulher”.
Mas se o homem abandona a mulher alcoólica e os filhos, aparecem parangonas nos jornais: “Crápula abandona pobre mulher alcoólica inveterada entregue aos filhos”. A culpa é sempre do homem: preso por ter cão, e preso por não ter. À mulher tudo é permitido. Uma mulher só sofre censura nos me®dia quando é alvo de crítica por parte de outra mulher. Qualquer crítica social — que não seja política ou partidária — de um homem em relação a uma mulher é sempre suspeita de “machismo”.
Na perspectiva do politicamente correcto, a palavra da mulher vale sempre mais do que a palavra do homem. Funciona aqui o princípio da “tolerância repressiva” de Marcuse: tudo o que é dito pela mulher é verdadeiro, e tudo o que dito pelo homem é falso. Por exemplo, a única forma de acusar uma mulher de infidelidade conjugal (que parece não ser o caso) é tirar-lhe uma fotografia com outro homem na cama; mas basta uma suspeita qualquer em relação ao homem — por exemplo, um SMS de uma outra mulher num telemóvel — para que a infidelidade do homem seja automática e objectivamente assumida pelos me®dia que formatam a opinião pública.
O Carrilho está a provar do veneno que ele próprio ajudou a semear na cultura. Que lhe faça bom proveito.
[…] bem dizia que era inevitável: quem se mete com o politicamente correcto, […]
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