Ontem passou uma notícia nos me®dia segundo a qual o Papa Francisco I concedia indulgências a quem seguisse a JMJ pelo Twitter. Veio-me à memória a querela das indulgências do século XVI que alimentou a sanha de Lutero e dos príncipes alemães, embora naquela época a indulgência servisse para sacar dinheiro para construir, por exemplo, a capela Sistina.
O Vaticano já veio corrigir a notícia dos me®dia. Mas corrigiu mal, porque mantém o essencial da concessão das indulgências, acrescentando apenas que o que conta, para receber a indulgência, é que os tuites que o Papa envie do Brasil ou as fotos da JMJ produzam um efeito espiritual autêntico no coração de todos.
Ou seja, para Francisco I, o pecado é subjectivo, e é essa implícita subjectividade do pecado que permite a indulgência “por atacado”. Este Papa não “funciona” na linha de S. Tomás de Aquino e na tradição da influência de Aristóteles na escolástica medieval. Pelo contrário, é um Papa puramente neoplatónico, na linha dos Fraticelli franciscanos da Alta Idade Média, na linha de Bernardo de Claraval, de Abelardo, de Robert Greathead, etc. – ou seja, na linha que mais tarde alimentou ideologicamente o movimento revolucionário.
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