De modo semelhante é incorrecto dizer, em bom português, “eu moro na França”: em vez disso, deve-se dizer “eu moro em França”, porque se trata da versão culta da língua. Dizer, por exemplo, “eu moro na França” é próprio de um iletrado funcional e/ou de um subscritor do Acordo Ortográfico.
De igual modo, não é correcto dizer, como muitos brasileiros dizem e escrevem, “o Timor”. Por exemplo: “O Timor foi uma colónia portuguesa”. E isto porque “Timor” é neutro em género (não é nem masculino nem feminino).
Exemplos correctos, segundo a versão culta da língua portuguesa:
“Eu moro em França” — e não “eu moro na França”.
“Eu moro na Alemanha.
“Eu moro em Inglaterra” — e não “eu moro na Inglaterra”.
“Eu moro em Timor” — e não “eu moro no Timor”.
“Eu morro em Marrocos — e não “eu moro no Marrocos”.
“Eu moro em Espanha” — e não “eu moro na Espanha”.
“Eu moro na Polónia”.
“Eu moro no Brasil”.
“Eu moro em Cuba” — e não “eu moro na Cuba”.
“Eu moro em Angola” — e não “eu moro na Angola”.
“Eu moro em Moçambique — e não “eu moro no Moçambique”.
“Eu moro em Portugal — e não “eu moro no Portugal”.
Etc.
No meu bom português, “a França” é um pais do género feminino. Se podemos beber um vinho “da França”, então podemos também morar “na França”.
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Comentar por José Silvestre Morais — Domingo, 27 Janeiro 2013 @ 4:24 am |
Podemos falar num português de uma aldeia atrás do sol-posto, ou num português de emigrante, mas não estamos falar em bom português.
A função de género não se aplica a todos os países. Existem excepções.
Eu não bebo vinho da França: eu bebo vinho de França. Eu não bebo vinho da Espanha: eu bebo vinho de Espanha.
Eu digo: “De Espanha , nem bom vento, nem bom casamento” — e não digo: “Da Espanha , nem bom vento, nem bom casamento”.
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Comentar por O. Braga — Domingo, 27 Janeiro 2013 @ 11:23 am |
Só um detalhe. Aqui no Brasil, até onde eu saiba costuma-se falar “eu moro em Cuba”, “eu moro em Angola”, “eu moro em Moçambique” e “eu moro em Portugal”.
Mas eu infelizmente moro no Brasil mesmo, hahaha.
Sério, viver em um país onde são assassinadas cinqüenta mil pessoas todos os anos nas ultimas duas décadas e a população simplesmente não ter um mínimo de reação que não seja a de tentar se esconder dos criminosos enquanto a imprensa e as autoridades dizem que não pode reagir em nenhuma hipótese e onde há certos setores dessa mesma mídia além de ONGs defensoras dos direitos humanos (ou seria direito dos manos) dos bandidos oprimidos e injustiçados… E para coroar temos o PT do “deus” Lula.
Desculpe me pelo desvio de assunto.
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Comentar por Leonardo Barbosa — Domingo, 27 Janeiro 2013 @ 9:37 pm |
Se o país é precedido do artigo definido, não compreendo a razão por que o mesmo artigo deve ser omitido com a preposição “em”. Se se diz a França, a Espanha, a Alemanha, a Inglaterra, então, segundo a lógica, vem na França, na Espanha, na Alemanha. No caso de não haver o artigo, como em Portugal e Timor, então, na mesma lógica, vem em Portugal, em Timor.
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Comentar por António Manuel Veríssimo Vieira — Quarta-feira, 19 Agosto 2015 @ 9:26 pm |
Pela sua lógica, deveria escrever-se “ele vem na Angola”, porque Angola também poderia ser “precedido do artigo definido” — em vez de “ele vem a Angola”.
Por que razão “Angola” não é habitualmente precedido de artigo definido? Por pura convenção culta da língua.
Outro exemplo que pode ser “precedido do artigo definido”: A Polónia. Mas não se diz “eu moro em Polónia” !
A tradição culta da língua não segue “lógicas” do género que você referiu. Tem a ver com o “som” da língua que caracteriza o português que é uma língua poética por natureza.
Se se convencionou que “Angola” não tem artigo definido — mas “Alemanha” já tem!, por exemplo —, você não pode banir umas convenções e adoptar outras porque lhe apetece.
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Comentar por O. Braga — Quarta-feira, 19 Agosto 2015 @ 10:21 pm |