Esta descoberta é importante porque é extensível à realidade humana — por exemplo, no que diz respeito ao fenómeno epigenético da denominada “orientação sexual”. Mas não cabe aqui e agora abordar este assunto.
O que é comum aos vocábulos “epigenética” e “epifenómeno”, é o prefixo “epi”, que vem do grego e significa “sobre” ou “após”. Um fenómeno “epigenético” é aquele que decorre da genética; que existe em função da genética.
O termo “epifenómeno” foi cunhado por Thomas Huxley [o buldogue de Charles Darwin] no sentido de afirmar que o espírito é o produto exclusivo da actividade química do cérebro humano — que mais tarde redundou na “teoria da identidade”.
Karl Popper chamou ao conceito darwinista de “epifenómeno” o pesadelo do determinismo físico: se as nossas ideias e o nosso pensamento são exclusivamente produtos (ou efeitos) da química que se processa nos nossos cérebros, nem sequer é possível discutir essas ideias e a ciência é um absurdo — porque então a ciência não pode ter qualquer pretensão à verdade, visto que, por exemplo, as teorias apresentadas por um qualquer cientista são igualmente produto de química pura, e se algum idiota defende uma teoria contrária à do cientista, também tem toda a razão — dado que a química do idiota apenas chegou a um resultado diferente.
Portanto, para além do epifenómeno, temos que considerar o “protofenómeno” — com o prefixo “proto”, que vem do grego e significa “antes de”, ou a priori, ou aquilo que está antes do fenómeno.
A realidade protofenoménica é conjunto de tudo aquilo que existe [no sentido de estar ou ser] “antes da matéria” entendida como produto ou consequência da força entrópica da gravidade que molda os fenómenos do nosso mundo macroscópico, e que condiciona a nossa realidade percepcionada pelos nossos sentidos.
A realidade protofenoménica engloba, não só mas também, a outra grande força da Natureza: a força quântica. E a realidade protofenoménica está também “para além” da força quântica quando, por exemplo, concebemos o universo de fora ou “para além” do cone-de-luz (não localidade).
Ora, a genética e a biologia, entendidas como conjuntos de fenómenos, também não podem estar fora da influência da realidade protofenoménica. Não podemos isolar a biologia e a genética da realidade em si mesma. Não podemos conceber um mundo darwinista e instituir um “apartheid científico” que o isola da realidade global; não podemos dizer que a biologia e a genética, por exemplo, nada têm a ver com a física, mas é exactamente isso que os darwinistas defendem.
Essa realidade protofenoménica implica logicamente o conceito de “protogenética”, e em contraponto à epigenética. A protogenética é a própria condição protofenoménica da genética, é o conjunto de dados ou de informação que está na base da genética e que pode, em casos especiais e específicos, condicionar a evolução genética e até proporcionar “saltos quânticos” nessa evolução — transformando-a numa evolução aparentemente descontínua e “desconectada” em relação ao seu estádio anterior, quando apreendida pelos “nossos olhos” e pela nossa percepção macroscópica.
AVISO: os comentários escritos segundo o AO serão corrigidos para português.