Eu já escrevi aqui há mais de um ano: a actual crise do Euro foi intencionalmente provocada pela Alemanha de Angela Merkel, em parte em função da viragem da política externa e económica alemã para o leste da Europa.
A ideia dos actuais lideres políticos alemães é o de tentar “sugar”, tanto quanto possível, as economias dos países mais endividados [à Alemanha] da zona Euro, e depois de conseguir reaver os “dividendos” decorrentes da implantação do Euro e da sua dinâmica enviesada, ser a própria Alemanha a tomar a iniciativa de mandar o Euro às malvas. O Euro foi uma tramóia alemã para potenciar [ou “alavancar”, como se diz agora] geometricamente a economia alemã.
Veja-se o caso da Itália actual.
As previsões económicas apontam para um crescimento do PIB italiano em 3,6% em 2012, e de 4,9% em 2013! E, no entanto, a Itália foi de tal modo pressionada pelo BCE [Banco Central Europeu] — ou seja, pela Alemanha de Angela Merkel — que aconteceu um autêntico golpe-de-estado em Itália com a substituição do governo de Berlusconi pelo governo tecnocrata Monti.
Repare bem, caro leitor: como é que uma economia que espera crescer quase 4% este ano é sujeita a um “aperto de austeridade” por causa da sua dívida?!!! e, mormente quando está previsto em Itália um superávite orçamental do Estado para 2012?!!!! O que é que se passa, na verdade, com o Euro?
O que se passa com a “crise” do Euro é a pressa e a urgência da Alemanha em reaver os seus “lucros” decorrentes da aventura especulativa de 10 anos de Euro. O papel da Alemanha em 10 anos de Euro foi o de uma especulação pura e desonestidade política inqualificável. No caso da Itália, só lhe resta abandonar o Euro para tentar restabelecer a racionalidade na sua economia.
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