
Todas as actividades do ser humano, incluindo as ciências, estão sujeitas a esta lei. Porém, a filosofia já tinha chegado, há milénios, à mesma conclusão de Heisenberg [por exemplo, com Xenófanes], mediante o conceito da limitação do conhecimento imposta pela relação sujeito-objecto a que está submetido o ser humano [Karl Jaspers aperfeiçoou e desenvolveu este conceito].

A Incerteza, de Heisenberg
Nas ciências, em todas elas, ou valorizamos a generalização precisa [a abstracção que corresponde às leis gerais, por exemplo, na física], ou valorizamos o particularismo dos fenómenos [a acuidade nominalista e particularista, por exemplo, na paleontologia]. E aqui voltamos ao problema da querela entre o nominalismo e os universais, e à constatação de facto de que o franciscano Guilherme de Ockham, ao excluir a importância dos universais para o conhecimento da natureza, foi um dos precursores do cientismo.
Se partirmos do pressuposto segundo o qual o princípio de Heisenberg é verdadeiro, então não existem, intrinsecamente, áreas do conhecimento que sejam superiores, em valia, a outras [são complementares]. Não podemos dizer, por exemplo, que a biologia é superior à filosofia, porque ambas estão sujeitas às limitações impostas pela realidade macroscópica da relação sujeito-objecto, e à dualidade modal de construção da realidade.
Sensacional teu site. O do Luciano Ayan e agora o seu se tornaram grandes referências pra mim.
Abraço, e parabéns pelo excelente trabalho
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Comentar por Joseph Mccarthy — Quarta-feira, 30 Maio 2012 @ 2:14 pm |