O que está a acontecer na Síria é uma guerra civil entre duas facções: os sunitas, ligados à Al-Qaeda e às potências petrolíferas sunitas do golfo arábico, por um lado; e, por outro lado, os xiitas alauitas da elite política e económica do país e do governo de Bashar al-Assad.
Neste contexto de guerra civil, tentar saber qual das duas facções é a real, verdadeira e única responsável pelo massacre de al-Houla, é um exercício de hipocrisia e cinismo. Aliás, a publicidade do massacre de al-Houla nos me®dia serve exclusivamente os interesses políticos da facção sunita ligada à Al-Qaeda.
A estratégia sunita na Síria é semelhante à utilizada pelo Hamas em relação a Israel: 1) provoca Israel lançando mísseis sobre as cidades israelitas; 2) Israel riposta e existem vítimas civis; 3) e depois o Hamas publica as fotos das vítimas e vem dizer que não tem nada a ver com o assunto.
A guerra civil na Síria está a ser alimentada não só pelos países sunitas do golfo, mas também pelos Estados Unidos de Obama — e por alguns republicanos americanos, como por exemplo o hermafrodita político John McCain — e pela Inglaterra de Cameron.
É de lamentar as vítimas civis, mas os que apoiam a facção sunita na Síria, contra o alauita Bashar al-Assad, não podem afirmar ter as suas mãos limpas. E entre ter Bashar al-Assad no poder, ou o caos que vemos hoje no Egipto, prefiro que o alauita fique por lá.
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