perspectivas

Sexta-feira, 18 Maio 2012

O naturalismo e o relativismo moral (3)

Uma característica do ser humano é que não é capaz de dizer o que a realidade é; mas pode dizer o que a realidade não é, mediante a constatação dos seus erros na tentativa de “construção” teórica dessa realidade.

Porém, dado que só podemos descrever e explicar sempre o fracasso — precisamente por intermédio dos conceitos que utilizámos para a construção das teorias falhadas —, nunca somos capazes de ter uma imagem do mundo que pudéssemos responsabilizar pelo nosso fracasso.

Quando uma teoria é refutada, altera-se apenas o paradigma [Thomas Kuhn]. Charles Darwin escreveu:

“Se fosse possível demonstrar a existência de um órgão complexo que não pudesse ter sido formado através de modificações numerosas, sucessivas e ligeiras, a minha teoria seria absolutamente demolida.” — Charles Darwin, “A Origem das Espécies”.

Os avanços recentes da ciência bioquímica tiveram como resultado a refutação clara e insofismável dos princípios fundamentais do “evolucionismo sintético”, aka neodarwinismo. Mas também é verdade que, por exemplo, o conceito de Darwin de micro-mutação mantém-se válido, apesar da refutação da teoria. Um exemplo da micro-mutação é a capacidade de mutação das bactérias para resistir aos antibióticos; coisas deste género continuam válidas na teoria de Darwin. Refutar uma teoria não significa que toda a estrutura da teoria se deve deitar fora. O que nós não podemos continuar a dizer às pessoas — e em nome da ciência! — é que “a vida surgiu da matéria inorgânica”: isto já foi demonstrado pela ciência ser um absurdo total!

Os princípios fundamentais do neodarwinismo foram totalmente destruídos pelo conceito científico de “complexidade irredutível” dos organismos vivos — ou seja: foi possível “demonstrar a existência de um órgão complexo que não pudesse ter sido formado através de modificações numerosas, sucessivas e ligeiras”. Darwin acabou de constatar que a sua própria teoria foi demolida; acontece que os seguidores de Darwin estão em estado de negação perante a morte da teoria e da sua noção de “evolução darwinista” [segundo o ponto 3].

O conceito de “evolução darwinista” [segundo o ponto 3] é metafísico; e o conceito de “mutações aleatórias”, ou seja, mutações através de “pura sorte”, também é especulação metafísica. E, por natureza, o que é metafisico não pertence propriamente à ciência. Misturar ciência e metafísica é transformar a ciência em uma religião imanente.

O referido conceito de “evolução darwinista”, sendo demonstrado falso, teve contudo consequências funestas para a ética e para a moral da humanidade. Os darwinistas são os protagonistas por excelência da “traição dos intelectuais” segundo o conceito de Julian Benda. O falso conceito de “evolução darwinista” esteve na base das catástrofes humanitárias dos século XX, porque esse conceito falso é o fundamento de uma espécie de “religião do mal” que devastou a humanidade no século passado.

via O naturalismo e o relativismo moral (3) | O Escaravelho Bombardeiro.


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