“In 2010, the World Economic Forum designated Sweden as the most gender-equal country in the world.
But for many Swedes, gender equality is not enough. Many are pushing for the Nordic nation to be not simply gender-equal but gender-neutral. The idea is that the government and society should tolerate no distinctions at all between the sexes.”
via Hen: Sweden’s new gender neutral pronoun causes controversy. – Slate Magazine.
Depois da política de “igualdade de géneros”, eis que nos chega o conceito de “neutralidade de género”. Tudo o que identifique culturalmente [símbolos] a existência objectiva dos dois sexos, passa a ser proibido pelo Estado.
A julgar pelos factos, ser de Esquerda é resultado de uma doença mental que se caracteriza por um desfasamento em relação à realidade, e mesmo uma recusa da realidade. O indivíduo de esquerda recusa a realidade — a “Grande Recusa”, da Utopia Negativa de Marcuse e Adorno.
A Esquerda, depois do desastre da queda do muro, começou por adoptar a Teoria Crítica de Marcuse e Adorno. A Teoria Crítica consiste em criticar — critica tudo e todos —, mas não sugere soluções para os problemas. E depois da acção política demolidora e picareta da Teoria Crítica, a Esquerda passou à adopção dos princípios da Grande Recusa, segundo a Utopia Negativa.

O gnóstico actual não consegue distinguir a injustiça, que pode ser corrigida, por um lado, e por outro lado, a condição fundamental da realidade humana que o gnóstico actual também considera injusta, mas que não pode ser mudada sem que o indivíduo e a sociedade sofram a espécie de horrores perpetrados pela mente revolucionária durante o século XX [nazismo, comunismo, eugenismo, totalitarismos em geral].
A Esquerda [ou politicamente correcto, ou marxismo cultural], começou pela “igualdade de oportunidades” entre os dois sexos, tendo como base o princípio da autonomia [Kant]; mas agora, a Esquerda entrou pela Grande Recusa e inicia, em nome da autonomia do indivíduo, a recusa da pré-determinação natural dos dois sexos.
Depois da política de “igualdade de géneros”, eis que nos chega o conceito de “neutralidade de género”. Tudo o que identifique culturalmente [símbolos] a existência objectiva dos dois sexos, passa a ser proibido pelo Estado. Por exemplo, em algumas escolas suecas já é proibido às crianças o uso das palavras “rapazes” e “raparigas”, como se a realidade da natureza não estipulasse, de um modo fundamental, que existem rapazes e raparigas.
Na realidade, o que se passa é que a política repressiva de “neutralidade de género” vai desembocar em uma outra cultura de “não-neutralidade de género” — só que ainda não podemos saber os contornos dessa nova cultura não-neutral em relação aos dois sexos; e nem os próprios esquerdistas têm hoje a noção das consequências da sua política de neutralidade de género.
Provavelmente, países como a Suécia podem desembocar numa sociedade matriarcal, mas neste tipo de sociedade também não existe neutralidade entre os dois sexos porque isso é uma impossibilidade objectiva. “Neutralidade de género” é uma falácia e um absurdo. Resta saber se a sociedade matriarcal é melhor do que a sociedade patriarcal; eu tenho dúvidas.
A política de “neutralidade de género” é como o multiculturalismo: um dia destes, um político sueco virá a público dizer que essa concepção política já não faz sentido. Mas entretanto, já existem erros que serão pagos pela sociedade com “língua de palmo”, e devido ao delírio interpretativo dos intelectuais de esquerda.
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