A recente experiência com neutrinos superluminais, no CERN, levantou objecções da parte de dois tipos de pessoas diametralmente opostos: os naturalistas e os religiosos. Porém, as razões das objecções são idênticas: para os católicos, por exemplo, a possibilidade de “viajar para trás no tempo” é tabu, e para os naturalistas, alegadamente os neutrinos colocariam em causa as leis da física (ou seja, colocariam em causa o determinismo da causa e efeito). Tanto os católicos como os naturalistas estão errados.
A teoria da relatividade restrita de Einstein (1907) já previa a existência dos Taquiões, por um lado, e por outro lado a reversibilidade do tempo que pode ser verificada a nível microscópico não tem nada a ver com as leis da física — a possibilidade da reversibilidade do tempo no macrocosmos é totalmente anulada pela entropia da gravidade que determina o macrocosmos, e que existe desde o primeiro segundo do tempo cósmico ( a irreversibilidade do tempo é uma característica intrínseca e imutável do próprio universo macroscópico!).
Portanto, com os neutrinos superluminais, nem é possível a um humano viajar para trás no tempo, nem as leis da física e o seu determinismo saem beliscados.
[…] Essa confusão, vinda de gente religiosa, tem como fundamento a própria confusão do cientismo em relação à noção de “prova” (evidence) — ou seja, muitas vezes, à religião interessa que os erros do cientismo sejam validados como verdade. E isto viu-se no caso recente da experiência dos neutrinos no CERN: tanto naturalistas como religiosos, por razões diferentes, tentam a todo o custo desacreditar a validação da experiência; e essa foi a razão por que eu escrevi isto. […]
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Pingback por O Tratado de Tordesilhas entre a religião e a ciência « perspectivas — Terça-feira, 4 Outubro 2011 @ 12:11 pm |