A “utopia” não é a mesma coisa que “esperança”, porque quem espera alguma coisa, parte do pressuposto de que aquilo de que se espera é possível de acontecer. Ou seja, aquele que espera, parte de um pressuposto racional, segundo o qual aquilo em relação ao qual se tem esperança, é possível de se realizar.
Mesmo quando um católico diz que “tem esperança em um milagre”, ele parte do pressuposto racional da possibilidade da realização desse milagre; e mesmo que alguém diga que esse católico está errado na sua esperança, a verdade é que o seu eventual erro (e sublinho “eventual”), em si mesmo, não é sinónimo de loucura.
Em contraponto, o utopista parte do princípio segundo o qual a utopia em que acredita é impossível de acontecer. Por exemplo, segundo Bataille, “a política que a felicidade exige, é a do impossível” (sic). Aqui, não se trata de uma mera figura de retórica: Bataille acredita mesmo no impossível como ponto de partida para o seu raciocínio.
Quando vemos, por exemplo, o discurso do Francisco Louçã, apercebemo-nos rapidamente de que o homem é avariado da corneta. A utopia é uma doença mental.
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