perspectivas

Terça-feira, 2 Agosto 2011

O universo não cabe num laboratório

Este postal é interessante e vou interligá-lo com estoutro.

1.
Hans Albert colocou o problema desta maneira: “Não é possível garantir absolutamente a verdade de qualquer afirmação, nem sequer a verdade desta afirmação.”

O conceito de “hipótese” (ou “teoria”) só tem sentido racional e lógico se existe uma realidade que comprova a hipótese como sendo correcta ou falsa. Por isso, se nada no mundo é absolutamente certo — ou se não existe uma certeza absoluta acerca do que seja — pelo menos a Totalidade (ou o Englobante), da qual a minha vida e o meu mundo fazem parte, tem que ser real. A realidade da Totalidade garante a realidade da parte [e a Totalidade não é idêntica a uma parte de si própria], por um lado, e a realidade só pode ser deduzida da Totalidade [que não pode ser sujeito nem objecto, mas aquilo que engloba ambos], por outro lado.

Em consequência, a realidade da Totalidade é o pressuposto fundamental de uma visão realista do mundo: temos, pelo menos, uma certeza absoluta (passo a redundância enfatizante): a de que a Totalidade existe e não é só uma hipótese.

2.

«Tudo o que se torna um objecto para mim… envolve-nos, de algum modo, num horizonte do nosso conhecimento. No entanto, vamos para onde formos, o horizonte vai connosco.» — Karl Jaspers (“Von Der Wahrheit”)

A partir do momento em que começamos a reflectir sobre coisas que não servem para a nossa sobrevivência imediata, o nosso cérebro depara-se com dificuldades — ou em linguagem popular: o nosso cérebro começa a “dar TILT”.

Portanto, há que encontrar um critério de meio-termo ou a “justa medida” entre o pragmatismo (empirismo), por um lado, e o racionalismo, por outro lado, — porque o primeiro explica apenas o domínio do empírico, enquanto que o domínio da investigação que vai para além disso aponta no sentido da metafísica —, e o último também é nocivo quando parte de um delírio interpretativo acerca da realidade [por exemplo, o solipsismo racionalista de Berkeley que é uma espécie de positivismo].

3.
Nós não podemos conhecer — através do racionalismo e do intelecto — a totalidade, mas apenas conseguimos experimentar a totalidade. Se nós quisermos conhecer [intelectualmente] a totalidade, temos que nos colocar perante ela — delimitando-a; e, neste caso, ela deixa de ser a totalidade; e na medida em que nós fazemos parte dela, não nos podemos colocar perante ela. Paradoxalmente, é através da nossa experiência [através do nosso empirismo individual, personalizado e subjectivo] que “conhecemos” a totalidade, e não através do racionalismo.

Portanto, o que está errado no pragmatismo ou no empirismo, é o “realismo ingénuo” [a “teoria da cuba do espírito”, de Karl Popper], por um lado, o positivismo como doutrina, por outro lado — e não propriamente a experiência [entendida individual e/ou colectivamente].

4.
Na física clássica, as propriedades e o comportamento das partes determinam o comportamento da totalidade (o que é absurdo!), enquanto que na física das partículas passa-se exactamente o contrário: é a totalidade que determina o comportamento das partes — embora a Totalidade não seja idêntica a uma parte de si própria, e a Totalidade seja mais do que a simples soma das partes (holismo).

O TOE [ou “Theory of Everything”] resulta do facto de, na física atómica, as fórmulas matemáticas tornarem acessível um domínio que aponta para além das nossas categorias naturais de pensamento. A procura do TOE é claramente o abandono, por parte da ciência, dos limites naturais e estreitos do nosso aparelho de concepção do mundo — é o abandono do empirismo, do realismo ingénuo e da “teoria da cuba do espírito” de Karl Popper — que apenas pode explicar o domínio do empírico.

E por isto é que o Prof. Carlos Fiolhais não tem razão, porque mesmo que ele parta do princípio (princípio duvidoso, porque ele não pode provar a sua asserção) segundo o qual não é possível “uma só teoria que dê conta de tudo”, isso não significa que não exista um limite objectivo para o conhecimento empírico positivista — ou seja: não é objectivamente possível meter o universo inteiro no seu (dele) laboratório da universidade de Coimbra (talvez seja mais fácil meter o Rossio na Rua da Betesga).

13 comentários »

  1. […] O universo não cabe num laboratório (via perspectivas) Publicado em agosto 2, 2011 por Carlos Vendramini Este postal é interessante e vou interligá-lo com estoutro. 1. Hans Albert colocou o problema desta maneira: “Não é possível garantir absolutamente a verdade de qualquer afirmação, nem sequer a verdade desta afirmação.” O conceito de “hipótese” (ou “teoria”) só tem sentido racional e lógico se existe uma realidade que comprova a hipótese como sendo correcta ou falsa. Por isso, se nada no mundo é absolutamente certo — ou se não existe uma certeza … Read More […]

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    Pingback por O universo não cabe num laboratório (via perspectivas) | O Devir Que Não Vem — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 7:23 am | Responder

  2. Orlando Braga disse: «na física de partículas….é a totalidade que determina o comportamento das partes…».

    Mas lá está, manifesta-se a “totalidade” da mesma forma no mundo sub-atómico e no mundo atómico? Não. Claramente não, aliás tal conceito de “totalidade” na física de partículas não pode simplesmente existir, como muito bem o referiu o Orlando Braga, ao dizer que a totalidade é algo mais do que a simples soma das partes. A totalidade é um supra-estado que está nos antípodas daquilo que podemos compreender.
    É a partir daqui que entra em cena o “empirismo clássico”, na minha opinião, como muleta expiatória da ignorância do homem científico e filósofo em relação ao mundo sub-atómico. Para além da escala de Planck, outro mundo existe, é a suprema vibração…outra abordagem se torna necessária e muitos são já os físicos de partículas que começam a compreender o que se está aqui a passar. Transpor os limites auto-impostos à humanidade será a grande aventura filosófica do século XXI, quando a física de partículas começar a revelar toda a sua beleza, simetria, estrutura, ordem e mente. Caro Orlando Braga, o próximo salto evolutivo da humanidade acontecerá quando o filósofo vislumbrar a ordem invisível que está por detrás da existência da ordem visível. A redução mecanicista e o materialismo dialético afastaram o homem de Deus e tornaram-no numa engrenagem que serve interesses muito minoritários mas poderosíssimos. A grande civilização democrática está em vias de se tornar, mais rápido do que se admitia até agora, numa dulocracia, o pior do pior das democracias, o reino da besta.

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    Comentar por Filipe Crisóstomo — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 2:33 pm | Responder

    • @Skedsen

      «Mas lá está, manifesta-se a “totalidade” da mesma forma no mundo sub-atómico e no mundo atómico? Não. Claramente não, aliás tal conceito de “totalidade” na física de partículas não pode simplesmente existir, como muito bem o referiu o Orlando Braga, ao dizer que a totalidade é algo mais do que a simples soma das partes. A totalidade é um supra-estado que está nos antípodas daquilo que podemos compreender.»

      1.
      Física das partículas ou física quântica é a mesma coisa. Eu falei em física das partículas porque o prof. Fiolhais se referiu nesses termos à física quântica.

      2.
      Na física quântica (ou na física de partículas), o conceito de holismo é basilar, ou seja, a ideia de que a totalidade é mais do que a simples somas das partes. Segundo o holismo, a totalidade é mais do que a soma das partes, o que não significa, porém, que a totalidade não exista por isso.

      3.
      Um átomo é tanto uma partícula como, por exemplo, um electrão. Um átomo, ou um conjunto átomos, pode “viajar” pelo universo em forma de onda.

      4.
      Podemos não compreender a totalidade (podemos não conhecer o seu conteúdo), mas podemos descrever a sua forma. Uma coisa não é incompatível com a outra.

      5.
      Uma das coisas de que falei neste postal é o perigo do racionalismo (o racionalismo da imaginação imaginativa e do delírio interpretativo), em oposição ao perigo do empirismo. São dois perigos. A História está cheia de exemplos de teorias racionalistas que levaram o Homem à catástrofe. Por isso falei em critérios de “justa medida”.

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      Comentar por O. Braga — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 3:35 pm | Responder

  3. Orlando: eu não quis dizer que a totalidade não existe. Ela existe, mas de uma forma que ultrapassa a nossa compreensão. E é claro que, embora seja impossível (até ao momento) compreender a totalidade, conseguimos prever e descrever a sua forma. O investigador de partículas sabe muito bem que as partículas (mais correctamente ondas) têm um comportamento que nada tem a ver com o padrão do mundo atómico, sabe-o e compreende-o, e como tal já se apercebeu, pelo menos os mais sérios, que tanto o empirismo como o racionalismo imaginativo são um obstáculo profundo para o começo da compreensão do mundo quântico.
    Quanto a história estar cheia de exemplos de teorias racionalistas que levaram o homem à catástrofe, lembrei-me deste exemplo que penso poder ser enquadrado nessa categoria, o caso da liberdade, igualdade e prosperidade para todos do mundo ocidental. De uma teoria em parte racionalista, chegamos ao extremo do niilismo contemporâneo, o oposto mais imprevisível de todos que poderia calhar ao racionalismo.

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    Comentar por Filipe Crisóstomo — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 4:01 pm | Responder

  4. @ Skedsen

    Nestas coisas não há nada como clarificar as ideias, até por causa de terceiros.

    “O investigador de partículas sabe muito bem que as partículas (mais correctamente ondas) têm um comportamento que nada tem a ver com o padrão do mundo atómico”.

    Eu não estou a perceber bem a noção que o Skedsen tem de “mundo atómico”. O “mundo atómico” não é a mesma coisa que o “mundo das moléculas”. O átomo é a charneira entre o microcosmos e o macroscosmos, mas não deixa de pertencer à realidade das partículas. Um átomo de hidrogénio, por exemplo, ou um conjunto de átomos, pode assumir a forma de onda quântica, tal e qual como um fotão.

    Portanto, o que estamos a fazer aqui e a agora, é clarificar conceitos; esta clarificação é necessária para que saibamos todos do que estamos a falar.

    O macrocosmos, que é o mundo sujeito ao determinismo [relativo] das leis da física, é o produto da entropia da acção da Força da Gravidade em relação à acção da outra grande força da natureza: a Força Quântica. O que caracteriza o macrocosmos é a força da gravidade; o que caracteriza o microcosmos é a força quântica. Mas estes dois “mundos” [macro e micro] não estão separados nem podem ser vistos separadamente.

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    Comentar por O. Braga — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 4:33 pm | Responder

  5. Eu percebo que, segundo o Skedsen, “mundo atómico” = macrocosmos.

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    Comentar por O. Braga — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 4:45 pm | Responder

  6. Exactamente, não deveria utilizar esse termo, mundo atómico, mas sim macrocosmos ou física clássica.
    A questão da não separabilidade dessas duas forças é muito subtil, é mais do que separabilidade, servindo o átomo como “marco físico” entre o mundo quântico (espiritual) e o mundo; vou chamar-lhe físico-clássico (material). Toda a informação está no átomo, e a forma como essa informação está disposta dentro do próprio átomo é a única forma de o homem científico saber algo mais sobre o assunto, altamente transcendental.
    Para além do spin de cada partícula, existe outra propriedade, o isospin, que é de modo muito aproximado o quociente entre o número de quarks up e downs dos núcleos atómicos, e essa relação não é o que seria de esperar, o que muito simplesmente vem complicar ainda mais o tratamento desta não separabilidade. Para além disso, as partículas virtuais (virtuais porque elas são em rigor mais ondas do que partículas) da física quântica não estão sujeitas à causalidade do mundo físico-clássico. O que quer dizer que o tratamento do mundo quântico não pode ser efectuado à luz de qualquer empirismo científico nem de qualquer racionalismo imaginário, moderado ou extremo, nem tão-pouco pela razão humana da matéria bruta. A própria questão da força da gravidade ser ainda muito pouco entendida não permitiu ainda conseguir detectar a sua hipotética partícula, o seu bosão de gauge, o gravitão, que segundo os modelos matemáticos tem um spin de 2. O electrão tem spin 1, os quarks têm spins fraccionários.
    A conversa continua.

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    Comentar por Filipe Crisóstomo — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 6:37 pm | Responder

    • Voltamos a tentar clarificar uma situação: eu penso que o microcosmos, ou “mundo quântico” como você lhe chama, não é mais “espiritual” que o macrocosmos, essencialmente porque o espírito (ou consciência) é transcendental, e não é imanente.

      Eu não queria ser desmancha-prazeres, mas não me posso calar só para agradar.

      Que se diga que o espírito (transcendental) actua na matéria (macrocosmos) através do microcosmos (“mundo quântico”), é uma coisa; que se diga que o “mundo quântico” é espiritual, é outra coisa totalmente diferente.

      Sinceramente, eu acho que é preciso ter cuidado com estas abordagens “religiosas” de tipo New Wave ligadas à quântica. Uma coisa é a metafísica; outra coisa é uma determinada religião: as duas coisas não coincidem necessariamente.

      Uma das características do gnosticismo — que tantos estragos fez à Humanidade e que está na origem do próprio positivismo — foi exactamente a tentativa de ver Deus numa “realidade escondida” que só seria atingível através do conhecimento.

      O microcosmos é uma realidade imanente, e não-transcendente à matéria. Nesse sentido, o “mundo quântico” faz parte do universo que não é, em si mesmo, exclusivamente material (no sentido de matéria como tendo massa). A ideia de que o universo é composto exclusivamente por matéria deve ser definitivamente posta de parte. Mas o universo não é Deus, nem podemos dizer que a realidade da transcendência (espiritual) é o “mundo quântico” ou microcosmos.

      A totalidade não é só o universo: é o Englobante que compreende o próprio universo. Isto leva-nos a um problema mais complexo que é o problema do espírito ou da consciência, mas que tem tanto a ver (numa relação idêntica e equidistante) com o microcosmo como com o macrocosmo.

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      Comentar por O. Braga — Terça-feira, 2 Agosto 2011 @ 7:28 pm | Responder

  7. Aceito as suas rectificações. Mas quero que compreenda que não é nada fácil falar de física quântica, é um mundo muito estranho para os nossos padrões. Eu utilizo a palavra “espiritual” à falta de outra melhor para definir o conceito.Temos um problema com a linguagem humana que não tem termos suficientes para classificar as coisas, e por isso, se calhar de modo errado, utilizo a palavra espiritual.
    Concordo quando diz que o microcosmos não é a realidade da transcendência, mas essa mesma transcendência faz parte dos processos do microcosmos e não dos processos macrocósmicos, por exemplo. Deus não é o universo, mas o universo está contido em Deus, assim como todas as outras coisas. A física quântica pode constituir uma ponte entre a ciência (macrocósmica) e o mundo espiritual (microcósmico), pois segundo a física quântica, é possível reduzir a matéria de forma subjectiva e abstracta até à consciência- causa da “intelectualidade” da matéria. A consciência transforma as possibilidades da matéria em realidade, transformando as possibilidades quânticas em factos reais. Esta consciência apresenta uma unidade e transcende os conceitos de espaço, tempo e matéria.

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    Comentar por Filipe Crisóstomo — Quarta-feira, 3 Agosto 2011 @ 9:53 am | Responder

    • O problema que se coloca é que aquilo que escrevemos aqui, é público…

      “essa mesma transcendência faz parte dos processos do microcosmos e não dos processos macrocósmicos”

      Se nós concebermos o universo como um Todo, toda a concepção que separa a realidade do universo em macro e micro (por exemplo, a da física clássica) deixa de fazer sentido.

      “mas o universo está contido em Deus”

      Esta é uma afirmação panenteísta sobre a qual tenho muitas dúvidas. Mas aqui já estamos a falar de teologia, e não apenas de metafísica… enfim, vamos então…

      Eu penso que Deus mantém o universo a cada segundo cósmico, mas Deus não faz parte do universo no sentido de conter o universo; Deus está presente no universo em cada acontecimento porque sem que Deus “observasse” constantemente o universo, o universo material (ou seja: as partículas com massa) desapareceria no olvido — mas isto não significa que a essência do universo esteja contida em Deus.

      “A física quântica pode constituir uma ponte entre a ciência (macrocósmica) e o mundo espiritual (microcósmico)”

      O problema é que se parte sempre do princípio de que a ciência só pode anti-metafísica, o que é um erro, porque a ciência tem a sua raiz na metafísica. Convém sempre separar a metafísica da religião: a metafísica faz parte da filosofia, e a religião não: é a teologia que se ocupa da religião. E, mais uma vez, não aceito a noção segundo a qual a realidade da complementaridade onda/partícula tenha mais a ver com o “mundo espiritual” do que a matéria surgida pela acção da força da gravidade.

      “segundo a física quântica, é possível reduzir a matéria de forma subjectiva e abstracta até à consciência- causa da “intelectualidade” da matéria.”

      Eu tenho uma estante só com livros sobre física quântica, mas não estou a perceber o que o Skedsen quer aqui dizer. Provavelmente até podemos estar de acordo, mas não estou a perceber a sua linguagem.

      A física quântica está hoje divida em várias tendências, a saber:

    • o agnosticismo filosófico (não querem saber acerca dos debates filosóficos e científicos);
    • o cepticismo (a teoria quântica não passa de uma teoria aproximada, e há que rever e modificar a teoria quântica), por exemplo David Bohm;
    • Escola de Copenhaga (por exemplo, Eugene Wigner); falta aqui uma teoria séria da “consciência”
    • Universos paralelos (Everett); esqueçam esta teoria!
    • Descoerência (Roland Omnès), que é um perfeito absurdo!
    • Se existe uma acção da matéria sobre o espírito (por exemplo, uma pancada violenta na cabeça pode modificar a maneira de pensar da dita cabeça…) — e segundo o princípio segundo o qual não existe acção sem reacção —, o espírito também tem acção sobre a matéria — esta é a “tendência” de Wigner que eu considero a mais consistente.

      O espírito humano seria, então — e segundo Wigner, D’Espagnat, entre muitos outros —, uma entidade à parte, obedecendo a leis específicas, e diferentes das que regem a matéria não pensante.

      O que o Skedsen está a querer dizer parece ser uma “nova tendência”, porque mistura o espírito com a matéria quando escreve o seguinte: “consciência — causa da ‘intelectualidade’ da matéria”. Naturalmente que esta interpretação não é, na minha opinião, minimamente aceitável.

      “A consciência transforma as possibilidades da matéria em realidade, transformando as possibilidades quânticas em factos reais. “

      Eu diria, em vez disso, o seguinte:

      “A consciência permite que meras possibilidades se materializem em acontecimentos do macrocosmo.”

      É neste sentido que se pode dizer que a Consciência Absoluta permite que o universo, como um conjunto vasto e complexo de acontecimentos, se torne possível através da Sua [constante] observação.

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      Comentar por O. Braga — Quarta-feira, 3 Agosto 2011 @ 12:17 pm | Responder

  • Caro Orlando Braga: Se concebermos o universo como um todo, a fronteira entre a física quântica e a física clássica fecha-se definitivamente. A partir da escala de Planck a nossa física não funciona, deixa de fazer sentido. O facto do universo estar contido em Deus, e segundo eu penso, não quer dizer literalmente isso, mas antes que existe um universo porque existe Deus. A teoria do universo inflacionário (antes do big bang) é um exemplo de que Deus e o universo não são a mesma entidade.
    O problema do anti-metafísico e do cepticismo está há muito associado quer à metafísica quer à física quântica, e tendo em conta que a raíz do pensamento científico contemporâneo se cristalizou ao seu radicalismo máximo, todas as novas descobertas da física quântica vieram pôr em causa a visão da física clássica. O modelo mecanicista começava a ruir.

    A complementaridade onda/partícula é uma coisa muito estranha e difícil de imaginar, mas não digo que a formação de matéria através da acção da força da gravidade, só que sabemos ainda muito pouco sobre a força da gravidade. Sobre a frase em que eu dizia que se podia reduzir a matéria de forma subjectiva e abstracta.., esqueça, é uma figura de estilo, uma divagação minha sem significado concreto. Eu de maneira nenhuma quero misturar o espírito e a matéria, se eu o faço, é porque talvez me esteja a explicar mal, mas só existe matéria porque existe espírito e não o contrário.

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    Comentar por Filipe Crisóstomo — Sexta-feira, 5 Agosto 2011 @ 10:30 am | Responder

  • Cometi uma gralha, onde está, “mas não digo que a formação de matéria através da força de gravidade” deve ler-se de seguida, “também não o seja.

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    Comentar por Filipe Crisóstomo — Sexta-feira, 5 Agosto 2011 @ 10:37 am | Responder


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