Desde a antiga Grécia que ficaram definidos os dois primeiros humanismos: o humanismo idealista (ou platónico-aristotélico) e o humanismo antropocêntrico (ou sofista).
No tempo de Sócrates e Platão, estes dois tipos diferentes de humanismo faziam a essência da guerra das ideias. Protágoras, o sofista, destacava-se com a seguinte proposição: “O homem é a medida de todas as coisas”. Esta proposição dá-nos a noção de “humanismo antropocêntrico” que confunde o relativo com o absoluto, e que ainda hoje se manifesta em quase todas as áreas da nossa vida — desde a política ao cientismo.
O terceiro humanismo é o cristão, no qual os dois humanismos anteriores podem convergir, sendo, aliás, o único ponto de convergência entre eles. O humanismo cristão, através da distinção essencial entre criatura e Criador, veio resolver o conflito entre os pós-socráticos, por um lado, e os sofistas e epicuristas, por outro lado.
Perante a síntese invencível do humanismo cristão, os sofistas do nosso tempo — como Daniel Dennett, Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Sam Harris, Julian Savulescu, Anthony Cashmore, Peter Singer, etc. — propõem um alegado novo tipo de humanismo: o trans-humanismo, que é a negação dos três tipos de humanismo anteriormente referidos (incluindo a negação do humanismo antropocêntrico). Trata-se da necessária proposição niilista face à impotência de vencer a razão.
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