Em relação ao tema deste postal, a minha abordagem é um pouco diferente; e pego na seguinte proposição de Manuel Alegre, referindo-se a Cavaco Silva :
Começo pelo fim : o bispo de Lisboa não é a pessoa indicada para representar a Igreja Católica portuguesa. Para além de alguns testemunhos que colocam em dúvida a sua (dele) idoneidade ética e moral, o bispo de Lisboa está ideologicamente comprometido com a esquerda marxista cultural — por muito que ele, hipocritamente, venha a terreiro dizer o contrário disto. Chegou a hora do bispo de Lisboa vagar o seu lugar.
O que o bispo de Lisboa quer dizer quando diz que “a Igreja Católica deve ser neutra”, é a ideia segundo a qual a Igreja Católica deve adoptar uma atitude de neutralidade entre a neutralidade e a não-neutralidade — o que é impossível, assim como, em política, a neutralidade é impossível. Ou seja: a neutralidade recomendada pelo bispo de Lisboa é uma neutralidade esquerdista e marxizante.
José Policarpo tomou um partido na questão política portuguesa: o partido da neutralidade entre a neutralidade e a não-neutralidade.
Faço aqui uma analogia :
- Quando se diz que “o Estado tem que adoptar uma posição neutral em relação ao estatuto da família”, esta posição é falaciosa, porque o Estado tem sempre que adoptar uma posição (e portanto, é não-neutral, qualquer que seja essa posição) nesta matéria.
- A própria posição de uma pretensa neutralidade, por parte do Estado, em relação ao estatuto jurídico e ético da família, já é, em si mesma, uma posição não-neutral, exactamente porque não é logicamente possível assumir uma posição de neutralidade entre a neutralidade e a não-neutralidade (ou parcialidade).
Por isso, a posição política de José Policarpo é parcial, e contrária ao espírito da doutrina da Igreja Católica que condena o marxismo e as suas vergônteas contemporâneas. Chegou o tempo de ele ir embora.
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