Quando vejo cientistas de renome mundial (como Paul Steinhardt e Neil Turok) a defender a “teoria de cordas” que implicitamente determina que o nosso universo sempre existiu ― e que por essa circunstância, não foi criado ―, pergunto-me se a segunda lei da Termodinâmica (Entropia) só se aplica aqui no nosso planeta.
Eu aprendi no liceu, nas aulas de Física, que a lei da entropia define que qualquer sistema isolado [com o tempo] tende para a desordem e para o aleatório. Se calhar aprendi mal; se calhar, o meu professor de Física não entendia patavina da matéria. Porquê? Porque se o universo é (segundo esses iluminados) infinitamente antigo, ele já teria desaparecido devorado pelo seu próprio calor gerado pela aleatoriedade e pela desordem.
Uma coisa é certa: a lei da entropia parece ser adequada para as coisas terrenas, mas já é falsa quando é chegada a hora de determinar uma “teoria de cordas” que coloque em causa a criação do universo.
Perante o absurdo de terem que dizer que a lei da entropia só se aplica no quintal das traseiras, os teóricos das cordas dizem que o universo se criou a si mesmo ― perlim pim pim! ― e em “geração espontânea”, como é espontânea a teoria económica de Hayek. O universo não existia, e a modos que passou a existir por “iniciativa própria” antes de ter existido. O universo não existia, e através de um flato ― Pum! ― ou coisa que o valha, passou a existir depois de não existir. Através do perlim pim pim da “geração espontânea”, tenta-se assim salvar a aplicabilidade da lei da entropia por parte dos teóricos da corda bamba.
Segundo a teoria da corda bamba ― agora já resgatada do problema da entropia através da teoria do flato auto-criador ―, o universo criou-se a si mesmo antes de ter existido. Fico extasiado com tanta imaginação! Lembrei-me que Parménides deveria ser uma besta quadrada quando dizia que “a razão demonstra facilmente que não se pode nem pensar nem exprimir o não-ser”; não se pode pensar sem pensar alguma coisa ― dizia o grego: o pensar coisa nenhuma é um não-dizer, e o pensamento e a expressão devem ter um objecto, e este objecto é o ser.
No meio disto tudo, cheguei a uma conclusão: o velhinho grego é que leva com o ónus de ignorante.
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