Se existe um filósofo ― neste caso, filósofa ― contemporâneo que eu respeite e aprecie, é Hannah Arendt. No seu texto “As Origens do Totalitarismo”, Hannah diz que o totalitarismo “é uma forma de governo moderno por excelência”, sendo a negação do “político”.
Segundo Hannah, o totalitarismo baseia-se, em primeiro lugar, na destruição do tecido social e na atomização da comunidade reduzida a um estado de massa inerte e indiferenciada. Os meios de coesão próprios do totalitarismo são a ideologia e o terror, que culminam — in extremis — com os campos de concentração e/ou Gulag.
Segundo os agentes totalitários ― escreve Hannah ―, “tudo é permitido, tudo é possível”, sendo que este critério ético é a chave da intenção totalitária.
Depois de duas gigantescas manifestações de professores num espaço de seis meses, depois de uma greve com adesão de cerca de 95% dos docentes, José Sócrates afirma que a maioria absoluta do PS lhe serve para defender a ideia de que tudo lhe é permitido, de que tudo lhe possível. A intenção totalitária é a mesma em Sócrates como em outros celerados da História; o que separa Sócrates de um ditador plenipotenciário é a forma do sistema político vigente que o inibe de ir mais longe; contudo, o ditador existe, é uma realidade incontestável.
[…] último postal falei de Hannah Arendt. Ela foi conhecida por ter referido a confusão entre o privado e o […]
GostarGostar
Pingback por Privacidade em causa « perspectivas — Quarta-feira, 10 Dezembro 2008 @ 4:44 pm |