Ouvi hoje (2/12/2008) na Antena 1 da RDP um comentário de um senhor que dá pelo nome de João Gobern (ou João Govern?), que embora eu não saiba quem é ― nem me interessa saber e nem isso é importante ― tem um lugar cativo no palanque dos me®dia que tentam formar opinião aculturada neste país. Dizia ele que o dia Primeiro de Dezembro não lhe dizia tanto por ter sido o dia da restauração da independência portuguesa em relação ao jugo espanhol, mas muito mais por ter sido o dia da morte (ou de nascimento?) de Oscar Wilde ― e dito isto com aquela pesporrência “intelectual” característica da indústria cultural lisboeta que desafia toda a lógica e transforma a realidade, em nome da necessidade de desconstruir a História.
Naturalmente que o dito João secundou Oscar Wilde na crítica à “moralidade que desrespeita a ética”, jogando assim com a verdade que deveria sempre acompanhar as palavras, e referindo-se à sociedade coeva de Wilde que, segundo o João-com-nome-de-estrangeiro, “perseguiu Wilde por ser homossexual”.
O que o João (“ou é tolo, ou bufão”, diz o povo) não disse ― escondeu por ignorância ou pior: mentiu por omissão ― foi o facto de Oscar Wilde ter sido um assumido pederasta (gostava especialmente de enrabar mocinhos dos 12 aos 16 anos) e existem documentos históricos da época que relatam mesmo as tendências pedófilas (sexo com crianças com menos de 12 anos) de Oscar Wilde. Mas o “João Tolo” resolveu implicitamente que estas “tendências sexuais” do poeta-pederasta não poderiam, de maneira nenhuma, ofuscar a sua obra: tudo é permitido sob o ponto de vista ético-moral “em nome da poesia e das artes”, e desde que se afronte a ética e a moral que marcou a civilização europeia ― e mais importante ainda quando se utiliza a efeméride da morte de um pederasta inveterado e comprovado para tentar secundarizar uma data que marcou a nossa História colectiva.
Este episódio de que vos dou hoje notícia é um exemplo evidente do tipo de filhos-de-puta que temos nos me®dia ― que nos massacram ideologicamente todos os dias quando ligamos as rádios, os jornais e as televisões. É desta informação me®diática enviesada ― que nos insulta sistematicamente a inteligência porque oculta os factos e a verdade históricas ― de que estamos todos cansados. É com esses filhos-de-puta que temos um encontro marcado para um ajuste-de-contas histórico. Não perdemos pela demora.
[…] acordo ortográfico — O. Braga @ 3:23 pm Tags: acordo ortográfico, Humor Na sequência do postal anterior, ressalto a diferença entre “filhos-de-puta” e “filhos de puta”. O Acordo Ortográfico, ao […]
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Pingback por Um exemplo por que não concordo com o Acordo Ortográfico « perspectivas — Terça-feira, 2 Dezembro 2008 @ 3:23 pm |
«…e dito isto com aquela pesporrência “intelectual” característica da indústria cultural lisboeta que desafia toda a lógica e transforma a realidade, em nome da necessidade de desconstruir a História.»
É mesmo isso que sinto ao ver esses filhos-de-puta a c**** postas de pescada…
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Comentar por hjts — Quarta-feira, 3 Dezembro 2008 @ 3:00 pm |