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Quinta-feira, 15 Maio 2008

Moçambicano contra o Acordo Ortográfico

Filed under: acordo ortográfico,Humor — O. Braga @ 3:26 pm
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Recebi um email de um moçambicano que está contra este Acordo Ortográfico, que passo a citar:

«Eh Oena, Lhe Can,

Nós aqui em Moçambique sabemos que os mulungos de Lisboa fizeram um acordo ortográfico com aquele tocolocma do Brasil que tem nome de peixe. A minha resposta é: naila. Os mulungos não pensem que chegam aqui e buissa saguate sem milando, porque pensam que o moçambicano é bongolo. O moçambicano não é bongolo não; o moçambicano estiva xilande. Essa bula bula de acordo ortográfico é como babalaza de chope: quando a gente acorda manguana, se vai ticumzar a mamana já não tem estaleca e nem sequer sabe onde é o xitombo, e a gente arranja timaca com a nossa família.

E como pode o mufana moçambicano falar com um madala? Em português, naturalmente. A língua portuguesa é de todos, incluindo o mulato, o balabasso e os baneanes. Por exemplo: em Portugal dizem “autocarro” e está no dicionário; no Brasil falam “bus” e está no dicionário; aqui em Moçambique falamos “machimbombo” e não está no dicionário. Porquê? O moçambicano é machimba? Machimba é aquele congoaca do Sócrates que pensa que é chibante e que fuma nos tape, junto com o chiconhoca ministro da economia de Lisboa. O Sócrates não pensa, só faz tchócótchá com o th’xouco dele e aquilo que sai é só matope.

Este acordo ortográfico é canganhiça, chicuembo chanhaca! Aqui na minha terra a gente fez uma banja e decidiu que não podemos aceitar.

Bayete Moçambique!

Hambanine

Assina: Manuel Muanamucane

23 comentários »

  1. Apoio o manifesto, 😆

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    Comentar por Henrique — Quinta-feira, 15 Maio 2008 @ 9:42 pm | Responder

  2. Lindo. Estas possibilidades do Português.
    Veremos se amanhã se transformará num Mortuguês.

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    Comentar por De Puta Madre — Quinta-feira, 15 Maio 2008 @ 10:23 pm | Responder

  3. Para quem julgar muito engraçado o texto proveniente da ex- República Popular de Moçambique, sugere-se a consulta do significado em Português da palavra de origem Bantu “congoaca”…

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    Comentar por Fernando Moreira — Sexta-feira, 16 Maio 2008 @ 10:51 pm | Responder

  4. Vou discordar… Sou brasileiro e apoio o acordo ortográfico, acho que todos sairiam ganhando. Português é falado de maneira diferente em cada canto, ficamos atados, prejudica a comunicação e a evolução do povo que fala esta bonita língua.

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    Comentar por Indicação da Vez — Sábado, 17 Maio 2008 @ 12:44 am | Responder

  5. Que acordo é este que nos pretende obrigar a matar meia dúzia de cês e pês “para nos entendermos melhor”? Todos os portugueses sabem identificar, seja qual for o nível de escolaridade, um texto na variante brasileira e outro na variante portuguesa. E porquê? Por causa destas letrinhas? Claro que não. Porque é uma forma de escrever ESTRANHA.
    Que mentira é esta que querem contar ao mundo? Que existe só uma forma de escrever português, quando o acordo permite a utilização de grafia dupla e até mesmo tripla em muitos casos? Porque que não deixar a língua, seja qual for a sua variante, evoluir conforme a vontade dos seus falantes, do uso que lhe dão? Isto só vai servir para termos uma variante abrasileirada híbrida de português.
    Dizer que existe só um Português significa que, futuramente, a tradução dos diversos produtos seja feita nesse idioma único, que será o brasileiro, já que o real vale bastante menos que o euro – será, obviamente, o mercado brasileiro o favorecido.
    Não tenhamos ilusões: o material impresso num só português representará a forma de escrever do Brasil – a forma como falam os brasileiros, cheia de gerúndios, pronomes trocados e palavras desconhecidas. E será esta, mais tarde ou mais cedo, a língua imposta aos portugueses.
    Não quero ir ao dicionário quando comprar um produto para descobrir o que é pimbolim (?!), cardaço, planilha, bate-papo, tela e muitos mais.
    Este acordo ortográfico NÃO é porreiro, pá!!!

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    Comentar por MAT — Terça-feira, 20 Maio 2008 @ 7:46 pm | Responder

    • Cuidado que o termo porreiro, segundo a interpretação dos nossos amigos brasileiros significa uma asneirola das cabeludas.

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      Comentar por Manuel M. Assunção — Quarta-feira, 27 Maio 2015 @ 9:32 pm | Responder

  6. Gostaria de transcrever esta mensagem no meu blogue, se não vir inconveniente – independentemente, claro, de remeter para este seu postal.
    Nunca os Ingleses tiveram necessidade de fazer acordos ortográficos com os Americanos ou os Neo-Zelandeses, por exemplo, para facilitar a comunicação (para além de todas as outras variantes que o Inglês tem por esse mundo fora)!
    Este acordo não dignifica Portugal nem a Língua Portuguesa, mas é muito conveniente para Bruxelas, a mesma Bruxelas que nos quer impor o tratado que sabemos…

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    Comentar por am.ma — Sexta-feira, 23 Maio 2008 @ 11:04 am | Responder

  7. @AM.MA

    Esteja à vontade para transcrever o que quiser deste blogue. Só agradeço um link.

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    Comentar por Orlando — Sexta-feira, 23 Maio 2008 @ 6:55 pm | Responder

  8. desde ja dizer que apoio o manifesto!esta história de acordo não faz sentido nenhum, até porque cada nação tem as suas expressões, e até hoje temos vindo a comunicarmo-nos sem “problemas nenhuns”, e penso que não será a retirada dos (ps) e dos (cs) que fará alguma diferença!
    e se formmos a ver nós moçambicanos seremos obrigados a esquecer alguns dos nossos termos, que no meu entender são o que nos indetificam dos como por exemplo: machimbombo, matabicho, entre outros, para passarmos todos a dizer autocarro, pequeno almoço e coisas de género! penso que os moçambicanos e muitos outros não têm nada a ganhar com esse acordo, os brasileiros talvez, ja que cedem a tudo o que os tugas querem.
    isto é mais uma daquelas “medidas” estúpidas que se tomam!

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    Comentar por Rosy — Terça-feira, 22 Julho 2008 @ 2:21 pm | Responder

  9. Retificando.
    No brasil se fala ‘ônibus’ que vem do latim ‘omni bus’.

    Eu também sou contra este acordo. O idioma do Brasil é o Brasileiro. Eu não reconheço o português como minha língua, aliás, eu não compreendo o português falado.

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    Comentar por Patrícia Furlan — Quarta-feira, 23 Julho 2008 @ 11:19 pm | Responder

  10. de certa forma o acordo (m)ortografico se assim se pode dizer constitui um atentado ao sistema de alfabetizacao no nosso pais. isso so serve como pretexto para os brasileiros atingirem os seus objectivos geopoliticos e economicos. sejamos claros, o AO nao e bem vindo.

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    Comentar por harcett de sousa — Terça-feira, 12 Agosto 2008 @ 10:52 am | Responder

  11. O que os portugueses devem entender desde já é que a língua portuguesa só goza de algum reconhecimento em nível mundial graças aos “favelados” da América do Sul que vivem num país terceiro-mundista chamado Brasil. A língua castelhana, por exemplo, é falada por vinte e um países, salvo engano, e tem uma ortografia comum a todos, o que lhe permite ser idioma oficial da ONU e de outros organismos internacionais.

    A língua portuguesa já deixou de ser “monopólio” de Portugal há séculos, deixem-se de chauvinismos e provincianismos. Ao menos argumentem com alguma coerência. A pior posição é discordar sem nem ao menos ter uma justificativa “plausível”.

    Saudações do Brasil e de um brasileiro.

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    Comentar por Fábio — Sábado, 23 Agosto 2008 @ 11:25 pm | Responder

  12. O Fábio tem razão: os portugueses deveriam ter feito no Brasil o que os espanhóis fizeram na América do Sul: retalhar o território brasileiro — bem dava mais uma meia-dúzia de países (pelo menos) a falar português, em vez de um só e com um complexo de inferioridade inexplicável, que se traduz num sentimento de superioridade ridículo. Em vez de valorizar Portugal por não ter seguido o exemplo dos espanhóis, o que permitiu a criação de um dos maiores países do mundo, o brasileiro continua pobre e mal-agradecido. Não sei quem é provinciano e “chauvinista“…

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    Comentar por O. Braga — Sábado, 23 Agosto 2008 @ 11:43 pm | Responder

  13. Lendo atentamente a carta percebo que os argumentos são razoáveis, mas acredito que Portugual tem mais motivos para estar insatisfeito!

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    Comentar por Infográficos — Quarta-feira, 29 Abril 2009 @ 3:18 pm | Responder

  14. “A língua castelhana, por exemplo, é falada por vinte e um países, salvo engano, e tem uma ortografia comum a todos” —Absolutamente FALSO. Vivo em Espanha e o castelhano escrito, assim como expessões etc, de cada país são, nuns casos mais que outros, muito diferentes do castelhano de Espanha. E não estou a ver a “Real academia de la lengua española” aceitar qualquer modificação ao castelhano imposta por qualquer outro país. Mas já se sabe, Portugal país de brandos costumes e como sempre temos que ceder. O que é uma pena. Remito-me também ao caso do inglês onde a ninguém se lhe ocorre tamanho disparate. O bonito da língua é a diversidade e como varia de zona para zona, mesmo dentro de cada país, quanto mais entre zonas tão distantes. Em resumo, este AO parece-me um disparate tremendo destinado a agradar a uns poucos. Para mim um FATO será sempre para vestir!!!!!!!

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    Comentar por Joao — Sexta-feira, 7 Agosto 2009 @ 12:01 pm | Responder

  15. Comentem por favor !

    obrigada, isso é importante pra umanidade.

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    Comentar por Indispensavél ou um erro — Sexta-feira, 9 Outubro 2009 @ 11:47 am | Responder

  16. Sou portuguesa.
    Por favor, peço à comunidade africana que se afirme contra o acordo e faça pressão para que o acordo não seja ratificado.
    Nós portugueses estamos contra o acordo, e e´uma tristeza que os nossos governantes IGNOREM, TOTALMENTE, a vontade do povo.

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    Comentar por Ana — Quarta-feira, 26 Maio 2010 @ 9:51 pm | Responder

  17. Mais a mais, os países africanos não tiveram igualmente particIpação, tal como Portugal. 7 países não deveriam mudar apenas para satisfazer 1. Portugal, meus amigos, também nada teve a dizer. Se não houver unificação, apenas o Brasil fica a perder. Se houver, ficam 7 países a perder.

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    Comentar por Ana — Quarta-feira, 26 Maio 2010 @ 9:56 pm | Responder

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  22. De facto, acho tudo isto uma fantasia de garotos imaturos, que não tendo nada que fazer, quando vão ao wc, deveriam levar um bom livro de Eça de Queirós ou de Camilo Castelo Branco, por exemplo, para lerem, em vez de terem ideias a condizer com o local onde as congeminam.
    Claro está que sempre continuarei a escrever como aprendi e sempre que, o que escrevo, aparecer como erro segundo o AO, limitar-me-ei a corrigir o dicionário, colocando a palavra como sei, ficando assim o assunto resolvido por adopção dos dois termos, que no fundo representam o mesmo sentido.
    Eu estou de acordo com ao opinião de muitos moçambicanos, país onde vivi e trabalhei por longos anos, quando eles dizem, com toda a razão, não aceitarem este tipo de AO. Mas como as sumidades que o pariram é que sabem disto, que interessa a opinião dos portugueses perante quem os governa de uma maneira geral, a partir de Bruxelas, sem nenhum sentimento patriótico pela sua língua e pelo seu país. Deixem os brasileiros falarem português com as suas características tradicionais e regionais, deixem o mesmo aos Moçambicanos, Angolanos Cabo-verdianos, São-tomenses, Guineense e já agora não alterem os termos regionais dos alentejanos, dos de Trás-os-Montes, do Minho etc, nem se preocupem com a forma como escrevem os da Patagónia. Deixem agente como está, que nós nos entendemos às mil maravilhas. Fiquem preocupados com as doenças que grassam pelo mundo não gastem tanto dinheiro em guerras, acabem com a fome que mata milhões de seres que nem chegam a viver e depois quando tudo isso estiver resolvido, comecem então a discutir o sexo dos anjos
    Claro está, que deu para entender que estou fora desse AO, que, como disse, deve ter sido congeminado num wc, numa hora de dor de barriga que foi confundida com as dores do parto.
    Desculpem alguma inconveniência.

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    Comentar por Manuel M. Assunção — Quarta-feira, 27 Maio 2015 @ 9:28 pm | Responder


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